Neste post eu vou fazer um paralelo entre a pesquisa do Prof. Jim Collins para o livro “Empresas feitas para vencer” e as transformações causadas por um bom treinamento físico, dieta balanceada e repouso adequado. Essa pesquisa baseou-se no estudo de um grupo de empresas que eram medianas e tornaram-se as melhores do mundo em seus setores, numa época em que nada de extraordinário aconteceu no cenário econômico que pudesse explicar tal transformação. Muito pelo contrário, no geral, as situações não eram nada favoráveis ao crescimento.
Imagine um volante enorme e pesado – um disco maciço de metal com 9 metros de diâmetro, 60 centímetros de espessura e duas toneladas de peso. Agora, imagine que sua tarefa seja fazer esse volante girar sobre seu eixo, com a maior velocidade e pelo máximo de tempo possível.
Com grande esforço você consegue fazer o volante se deslocar um milímetro, a princípio com movimento quase imperceptível. Você continua a fazer força e, após algumas horas de esforço contínuo, consegue fazer o volante completar uma volta. Você prossegue e o volante começa a se mover um pouquinho mais rápido; com grande esforço, sem parar, você completa uma segunda rotação. Continua a fazer força numa só direção. Três voltas, quatro, onze, cem.
Em algum momento acontece a ruptura! Não há mais necessidade de fazer o mesmo esforço da primeira volta e o volante gira cada vez mais rápido. Cada volta se soma ao esforço anterior e se acumula sobre seu investimento inicial de esforço. O grande e pesado disco parece voar, com um ímpeto quase impossível de deter.
Agora, imagine que alguém chegasse e perguntasse: “qual foi o grande esforço que fez essa coisa andar assim tão velozmente?” Foi o primeiro? O quinto? Enfim, qual? Foram todos somados, num acúmulo global de esforço, aplicado numa direção constante.
As transformações, nas empresas “feitas para vencer”, nunca aconteceram de uma só vez, independentemente de quão impressionante fosse o resultado final. Não houve nenhuma ação isolada que definisse a transformação, nenhum momento mágico ou revolução súbita. A transição de boa para excelente acontece num processo cumulativo – passo a passo, ação a ação, decisão a decisão, a cada girada do volante. Tudo se soma para gerar resultados duradouros e espetaculares.
O autor procurou por um “grande acontecimento”, o momento milagroso que definiria a ruptura de boa para excelente, porém, não conseguiu encontrar nenhum fator-chave isolado, ou momento específico que representasse a transição.
Por outro lado, foi detectado um padrão muito diferente nas empresas do grupo de comparação direta. Em vez de um processo silencioso e deliberado de descobrir o que precisava ser feito e depois simplesmente fazê-lo, elas quase sempre se lançavam novos programas. Elas buscavam a grande ação isolada e divisora de águas, o grande programa, a inovação definitiva, o momento milagroso que lhes permitiria pular do árduo estágio da construção e cair direto na ruptura. Elas começavam girando o volante numa direção, depois paravam, mudavam o curso e o atiravam numa nova direção – e depois paravam de novo, mudavam o curso e o atiravam numa nova direção. Após anos dando guinadas para todos os lados, as empresas do grupo de comparação direta não conseguiram acumular ímpeto duradouro e, em vez disso, caíram no que foi chamado de “O Circuito da Destruição”.
Colocado este cenário, qual é o momento em que os resultados transformadores realmente aparecem?
Quais são exercícios, ou programas de exercícios, dietas, alimentos da moda ou suplementos de última geração que serão responsáveis por encurtar o seu caminho até a sua forma ideal?
A minha intenção de fazer uma analogia com empresas bem sucedidas foi demonstrar que na vida, todo resultado sustentável e duradouro é fruto de um senso claro de propósito, foco e ação disciplinada. Com o passar do tempo o grande esforço disciplinado de “empurrar o pesado volante” do início, transforma-se em hábito, que por sua vez, leva à transformação tão distante e sonhada do começo. Mais importante do que criar planos mirabolantes com mil atividades e novidades é concentrar-se no básico – ou seja, no que não fazer e no que parar de fazer...menos é mais!
Manda ver!
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