Descobrir o motivo é o caminho mais curto para encontrar o COMO. Eu sei que manter-me em boa forma reforça positivamente a minha autoimagem e estar fora de forma tem efeito contrário; sinto-me mal comigo mesmo. Então, como isto é algo que considero importante para mim, fica relativamente fácil fazer as escolhas que irão manter-me neste estado.
Quando você não tem uma ideia clara do POR QUE deseja alcançar um determinado resultado, agirá muitas vezes de forma contraditória, o que lhe trará um sentimento de frustração e impotência diante de suas tão desejadas metas. E cada uma dessas ações irá reforçar a crença de que você não é capaz, e esta por sua vez, irá levar-lhe a agir cada vez menos no sentido dos seus objetivos, confirmando a suposição de incapacidade criada por VOCÊ.
Bom, “como eu faço então, para inverter esta situação”? Você precisa investir um tempo refletindo sobre o que REALMENTE IMPORTA na sua vida e, caso decida que estar em forma é fundamental, investigue os seguintes pontos:
1. Você usa a comida para tentar resolver problemas emocionais, como ansiedade, frustrações e outros? Caso sim, já deve saber também que eles não resolvem tais problemas, mas apenas adiam as sensações negativas associadas a eles, não é? Então, que tal buscar outras formas mais eficazes de resolvê-los?
2. Existe a possibilidade de você estar com algum desequilíbrio hormonal? Neste caso, um bom endocrinologista poderá lhe ajudar a descobrir.
3. Está se exercitando de forma adequada; nem demais, nem de menos? Se estiver fazendo menos do que o necessário, os resultados serão proporcionais; passar do limite vai lhe trazer esgotamento físico, dores e lesões. Aprender a “escutar” o corpo é um exercício fundamental.
4. E o mais importante, desenvolver uma mentalidade determinada. E aí voltamos ao início: Qual é o PROPÓSITO disso tudo? Quando você alcança esse estágio, não vai precisar se sacrificar na alimentação e nem compensar os deslizes com mais exercício; tudo irá se encaixar de forma harmônica. A vida sempre caminha para onde está a nossa atenção.
Vou terminar falando um pouco da minha experiência pessoal sobre entrar em forma:
Em relação aos exercícios, eu não sigo nenhum método mirabolante, apenas faço o mínimo necessário para alcançar meus resultados (Dose mínima diária – DMD), porém de forma honesta; sem fazer corpo mole nem indo além dos meus limites. Ultimamente tenho começado os exercícios na musculação, com uma carga que me permita fazer em torno de 15 repetições e dou 30 segundos de pausa entre uma série e outra. Na última série, as repetições caem para algo entre 8 e 10, devido à fadiga muscular momentânea provocada pelo tempo curto de recuperação. Faço 6 séries de um único exercício ou dois exercícios de 4 séries cada (para cada grupo muscular, dependendo do dia) e está fechado o treino. Leva entre 30 e 40 minutos. Dividindo o corpo em três partes, vou alternando-as durante os cinco dias da semana – segunda a sexta. Se eu estiver me sentindo realmente muito cansado, escuto o corpo e adio o treino para o dia seguinte; é uma das melhores formas de se prevenir lesões. Os aeróbicos tem sido uma parte importante e o maior responsável pela sensação de bem estar, devido à alta liberação de beta endorfinas. Esses eu tenho realizado entre três e quatro vezes por semana, com duração média de 30 minutos e às vezes, uns 50’, quando corro na areia. A intensidade tem sido a mais alta possível, já que este é o foco dos meus desafios pessoais deste ano. Eles são uma forma de manter motivado (bem mais do que se eu tivesse apenas objetivos estéticos).
Minha alimentação é basicamente baixa em carboidratos (na medida do possível), porém, sem me privar do prazer de comer as coisas que eu gosto; o que é radicalmente diferente de “descontar” problemas emocionais na comida. Reduzir os carboidratos foi o melhor remédio para os problemas de azia que eu tinha regularmente; já que eles são os maiores responsáveis. Mas se houver festas durante três dias seguidos, eu vou me esbaldar nesses dias sem qualquer problema de culpa e voltar à vida normal a partir do quarto dia, como se nada tivesse acontecido. Não utilizo nenhum tipo de "receita fit", já que daqui a pouco muda tudo mesmo. Mas acredito que devemos sim, reduzir ao máximo o consumo de alimentos processados, já que o maior interesse da indústria alimentícia nunca foi e nem será promover a saúde, através de seus produtos. No mais, é simples, é viver o presente de cada dia; se você sabe aonde quer chegar, não há perigo de se perder.
Uma boa noite de sono é fundamental e é algo que eu preciso melhorar. Acabo dormindo tarde e isto compromete a qualidade dos meus treinos bem como a recuperação, o que explica alguns adiamentos para o dia seguinte ou para o período da tarde. Uma meta importante a ser alcançada neste ano é conseguir dormir uma média de sete horas por noite.
O senso de propósito é o que eu considero determinante para manter o equilíbrio entre exercício e alimentação. Assim como entender o quanto de estímulo físico o meu corpo precisa em cada dia (o que pode variar de um dia para o outro) e alimentar-me de acordo; isto me permite uma liberdade para comer mais ou menos, exercitar-me mais ou menos de acordo com o dia e o momento.
Em relação aos resultados, eu tenho preferido me concentrar no meu rendimento físico (tempo ou distância percorrida, por exemplo) do que em termos de medidas (estética), já que elas são uma consequência da combinação exercício + alimentação + quem-quero-ser. Se os três estiverem alinhados, o resultado estético é o bônus; porém, se o propósito não estiver claro, a frustração é certa.
É sempre mais fácil alcançar um resultado perguntando-se: conseguir isto me trará o quê? Repita esta pergunta até a sua mente silenciar, com a última resposta. E pode ser que você se surpreenda ao descobrir que não precisa ficar com corpo igual ao da(o) sua/seu modelo de referência estética para sentrir-se bem ou ser feliz; cada pessoa é única em todos os sentidos...e cada um precisa encontrar o que faz sentido para si. Precisamos estar muito conscientes do que importa de fato. Quando alcançamos isto, tudo o mais torna-se “distração”, e fica fácil manter-nos no caminho escolhido.
Por último e não menos importante, essas são as minhas experiências e conclusões; elas servem para mim, mas você vai precisar encontrar as suas. E a melhor forma é mergulhar dentro de si e fazer perguntas, até encontrar as respostas que lhe satisfaçam.
Um forte abraço!
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